Uma PARTE DE MIM é todo MUNDO

 Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Ferreira Gullar


 Goiânia, _____ de ___________________de 2013.
   Aluno (a):__________________________________
      Professora: Bárbara Sant`anna                            5º ano.

Atividade avaliativa de Português
                                                                                                                                                                                       
1. O  artigo de opinião é um texto onde  o autor apresenta seu ponto de vista, avaliando o assunto de forma crítica. É comumente encontrado circulando na internet, rádio, TV, revistas ou  jornais, em temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores.

É importante estar preparado para produzir um artigo de opinião, pois em algum momento o autor terá a oportunidade ou necessidade de expor ideias pessoais através da escrita.

Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.

1.1.  Leia abaixo um artigo de opinião  publicado pela  A Redação , e redigido pela publicitária Annapaula de Castro Meireles:

O Rei do Camarote
Páginas na web debocham do endinheirado

Goiânia - Parecia que a Veja já tinha feito tudo de mais surreal, mas eis que surge o "rei do camarote" na capa da Vejinha São Paulo e um vídeo estrelado por ele no site da revista, uma das coisas mais bizarras de se assistir.

Alexander de Almeida, o herói da revista que se diz importante, é um empresário "dono dos dez mandamentos" para reinar na noite: beber champanhe (mesmo preferindo vodca), dirigir sua Ferrari embriagado, vestir roupas das grifes mais caras para "ganhar" mulheres interessadas em seu dinheiro, tietar celebridades para agregar valor ao seu camarote, levar seguranças à tiracolo para assegurar sua integridade física, torrar 50 mil reais em uma noite brincando com a maquininha de cartão de crédito como se fosse um telefone e pagar mico diante de todo um país.
É um paradoxo, mas o dinheiro tem o poder de comprar uma das coisas mais sem valor do planeta: a futilidade. Pior é quando essa mistura de riqueza material com pobreza de espírito vira pauta e ganha a capa de uma publicação que faz do fútil um exemplo a ser propagado por todo um país. Pior ainda é o fato de este país ter o desafio histórico de vencer a desigualdade social (e sua mais importante conquista têm sido justamente a redução da miséria) e estarmos em um mundo que implora por sustentabilidade. 
O "rei do camarote" é um alienado que imagina ter o planeta girando em torno do seu umbigo, certo de que dentro da sua Ferrari ou na embriaguez de sua champanhe servida com fogos na balada não há as leis dos pobres mortais, e que seu cartão de crédito é capaz de torná-lo a pessoa mais interessante do universo, amado pelas lindas e lindos que o rodeiam. Seu comportamento é idêntico ao de boa parte da elite paulistana, em especial, e da brasileira, em geral. A diferença é que ele concordou em expor tudo isso, enquanto outros apenas praticam, sem contar. 
O "rei do camarote" é um alienado que imagina ter o planeta girando em torno do seu umbigo, certo de que dentro da sua Ferrari ou na embriaguez de sua champanhe servida com fogos na balada não há as leis dos pobres mortais, e que seu cartão de crédito é capaz de torná-lo a pessoa mais interessante do universo, amado pelas lindas e lindos que o rodeiam. Seu comportamento é idêntico ao de boa parte da elite paulistana, em especial, e da brasileira, em geral. A diferença é que ele concordou em expor tudo isso, enquanto outros apenas praticam, sem contar.

Pior que Alexander, o grande babaca endinheirado, é quem lhe dá holofotes posando de veículo "formador de opinião" e "indispensável" para o país. Bem pior que sua estupidez é transformá-la em modelo a ser seguido ou admirado, é imaginar que sua vidinha miseravelmente rica seja parâmetro para alguma coisa que não seja repulsa. Para a Veja, Alexander é o rei, enquanto nós somos súditos. Com tal publicação, a revista está dizendo que a ode ao material, o egoísmo e o desprezo ao humano são um projeto de vida, sinônimo de sucesso e felicidade.


Ao coroar Alexander, Veja cospe no Brasil e no ser humano, dizendo algo como a frase atribuída a Maria Antonieta: "Se o povo não tem pão, que coma brioches". O lado bom disso tudo é que, tal qual a monarquia foi guilhotinada pela Revolução Francesa, a velha mídia está sendo varrida pela revolução digital. Prova disso é que, em apenas dois dias, uma das muitas páginas criadas na internet para debochar do "rei do camarote" conseguiu 100 mil seguidores (um terço da tiragem que Vejinha conquistou em décadas) e a repulsa à pauta nas discussões pela web supera em muito a própria credibilidade de Veja.


Lembrando uma frase de Victor Hugo em "Os Miseráveis", "A pobreza e o luxo são dois conselheiros fatais, um ralha, o outro lisonjeia". O ralhar contra Alexander e a Veja pelas mídias sociais são a queda da Bastilha na comunicação brasileira e mundial.



a) Após a leitura, anote os argumentos da autora do artigo, Annapaula de Castro Meireles, que serviram para fundamentar suas opiniões.

b) Qual a ideia principal do texto?

c) No final, a autora retomou o que foi exposto, confirmando suas ideias e fazendo citações referentes a uma das principais obras escritas pelo escritor francês Victor Hugo:  “Os Miseráveis” e a “Queda da Bastilha”. Essa forma de concluir o artigo, revendo suas opiniões, assegurando-as através de referências à grandes obras ou autores, também é uma característica desse gênero textual.

Ao citá-los, Annapaula, retoma a forma como a mídia vem “ralhando” com a   “Veja” - revista de distribuição semanal brasileira publicada pela Editora Abril - associando essas criticas  a “Queda da Bastilha”,  um evento central da Revolução Francesa que provocou uma onda de reações na França, na  Europa, assim como em todo o mundo; evento que hoje é símbolo do poder e  da força popular. Você avalia essas associações como pertinentes, apropriadas e coerentes? Explique.

d) “O “rei do camarote” é um alienado que imagina ter o planeta girando em torno do seu umbigo, certo de que dentro da sua Ferrari ou na embriaguez de sua champanhe servida com fogos na balada não há as leis dos pobres mortais, e que seu cartão de crédito é capaz de torná-lo a pessoa mais interessante do universo, amado pelas lindas e lindos que o rodeiam. Seu comportamento é idêntico ao de boa parte da elite paulistana, em especial, e da brasileira, em geral. A diferença é que ele concordou em expor tudo isso, enquanto outros apenas praticam, sem contar.”

Um comportamento só será social se reproduzir um modelo social, isto é, se  corresponder às expectativas sociais mobilizadas por outros indivíduos. Os modelos de comportamento que o indivíduo reproduz de modo aparentemente automático são adquiridos pela aprendizagem social, e não por qualquer espécie de predisposição. Assim, os modelos de comportamento são  ações ou pensamentos que se repetem com frequência, sendo partilhados por uma pluralidade de pessoas.

Você concorda com a autora quando ela afirma que boa parte da sociedade brasileira se comporta como o “Rei do camarote”? Percebe como você, indivíduo, muitas vezes, reproduz ações, pensamentos e sentimentos moldados pela sociedade? Como transformar isso? Temos esse poder?

e) Imagine que Annapaula descreve o “rei do camarote“ como alguém de um tempo de outrora, já findo.  Reescreva a citação da autora no item “d” utilizando o tempo verbal no passado.

f) Elabore uma legenda e marque no texto as seguintes classes gramaticais: 2 substantivos, 2 verbos, 2 preposições e 2 adjetivos.

h) Sabemos que um ilustrador diante de um texto para ilustrar não deseja ser maior que o escritor.  Busca, na verdade, não ser apenas uma extensão do texto através das imagens. O que ele deseja é transcender o texto. O ilustrador sabe que a ilustração não se origina diretamente do texto, mas de sua aura. Expresse em imagens o que as palavras não conseguiram demonstrar a respeito do “rei do camarote”.  Desenhe, revelando em diferentes perspectivas e ângulos, o que o artigo ocultou.


RESPOSTAS


"Eu não saio assim comprando tudo que está na moda porque depois a moda passa. 
A reportagem da Veja com o "rei do camarote"fica enaltecendo Alexandre como se o seu estilo de vida fosse legal."
(Enzo Rodrigues, 5ºano "A")


"Todo mundo quer ter uma Ferrari, circular com mulheres bonitas, gastar R$70.000,00 em uma noite...
Mas eu posso transformar isso dizendo para eles o que realmente importa na vida."
(Harry Hawkins, 5ºano"A")


"Eu percebo como os indivíduos pensam e sentem moldados pela sociedade quando eles imitam as pessoas mais ricas só para serem respeitadas. 
Podemos mudar isso tendo mais consciência crítica das nossas ações."
(Luan Alfonso, 5ºano"A")




"Eu, muitas vezes, reproduzo ações moldadas pela sociedade quando, por exemplo, acontece o lançamento de um vídeo game e eu fico querendo."
(Augusto Ribeiro, 5ºano"A")


"Eu avalio as associações de Annapaula como coerentes porque o poder da monarquia foi destruído com a "Queda da Bastilha"
 e o poder da revista Veja também está sendo destruído pelas redes sociais, pela internet."
(Júlia Montanini, 5ºano"A")


"O texto critica a Revista Veja que antes tinha popularidade, mas está perdendo para a internet. 
A revista tentou manipular as pessoas mostrando um "rei do camarote" que na verdade só se importa com dinheiro.
Muitas vezes, nós agimos como marionetes, mas tento não ser assim porque acho isso um desrespeito com o mundo.
Não precisamos imitar os outros para sermos bons... "
(Tainá Morais, 5ºano"A")




"Nós podemos mudar isso se tivermos consciência, se soubermos o que queremos. 
Nós temos o poder de resolver o que está acontecendo!"
(Júlia Giacomelli, 5ºano"A")


"'O rei do camarote' é dispensável para o país!"
(Vitória Rassi, 5ºano"A")


"A revista Veja não representa o Brasil!"
(Amanda Ribeiro, 5ºanao"A")



"'O rei do camarote' cospe no Brasil 
porque tem várias pessoas passando fome e ele gasta mais de 50, 70 mil em uma noite.
Isso é como um tapa na cara dos brasileiros."
(Guilherme Bueno, 5ºano"A")



"'O rei do camarote' como rei teríamos que reverenciá-lo, mas para nós é um insulto."
(Tuyá Rodrigues, 5ºano"A")


"Eu concordo com a Annapaula quando ela diz que boa parte da população se comporta como "o rei do camarote" 
e percebo como eu, às vezes, reproduzo ações moldadas pela sociedade. 
Podemos mudar isso avaliando os meios de comunicação como revistas e TV."
(Joaquim Neto, 5ºano"A")




"A Veja tem como propósito enaltecer o capitalismo, uma forma muito forte de gerar desigualdade social.
Para passar essa ideia, a revista promove uma pessoa totalmente alienada que só pensa que o dinheiro é uma forma de tornar a pessoa um ser superior."
(Caio Cruvinel, 5ºano "A")



"Eu me dou conta de que muitas vezes sou manipulado, 
e para transformar o meu universo, tenho que saber o que é manipulação e o que não é manipulação. 
Isso é ter senso crítico."
(Caiuã Basílio, 5ºano "A")


"Vivemos em um país democrático. A população tem um poder que ninguém imagina, ela está acima do governo, e protestando pode conseguir o que deseja.

(João Claudio Crosara, 5ºano "A")

"Às vezes, faço o que está na moda pra não ficar sozinho. 
Se tivermos consciência de que estamos sendo manipulados  
podemos filtrar o que é bom e o que é ruim para nós."
(Igor Castilho, 5ºano"A") 


"Podemos mudar isso através da leitura. A leitura te dá consciência crítica."
(Gabriel Camargo,5º ano"A")


Atividade realizada pelos alunos do 5º ano "A"

Postagens mais visitadas